16.10.09

"O HOMEM REVOLTADO"




Gravura de Catarina Verdier

"(...)Todo o REVOLTADO, pelo simples movimento que o leva a defrontar o opressor, defende portanto a vida; compromete-se a lutar contra a servidão, a mentira e o terror e afirma que esses três flagelos fazem reinar o silêncio entre os homens; obscurecendo-os uns aos outros e impedindo-os de se reencontrarem no único valor que os pode salvar do niilismo - a longa cumplicidade dos homens em luta com o próprio destino.

A REVOLTA não é, de forma alguma, uma reivindicação de liberdade total. Pelo contrário, a REVOLTA critica o processo da liberdade total. Contesta justamente o poder ilimitado que autoriza um superior a violar a fronteira interdita. Longe de reivindicar uma independência geral, o revoltado quer que seja reconhecido o seguinte: a liberdade possui os seus limites em toda a parte onde se encontre um ser humano, sendo esse limite precisamente o poder de revolta desse mesmo ser. (...) Não humilha ninguém. A liberdade que reclama reivindica-a ele para todos.(...) Não se trata apenas do escravo contra o senhor, mas também do homem contra o mundo do senhor e do escravo.

(...) A lógica do REVOLTADO consiste em querer servir a justiça para não aumentar a injustiça da condição e em esforçar-se por falar uma linguagem clara a fim de não adensar a mentira universal e de apostar, perante a dor dos homens, pela felicidade."

excertos de O HOMEM REVOLTADO de Albert Camus, publicado em 1951...

21.8.09

JUST GIVE ME...




Just give me a little atomic bomb
Not too mutch just a litle
Enough to kill a horse in the street
But there aren't any horses in the street
Enough to knock the flowers from a bowl
But I don't see any flowers in bowl
Enough then to frigthen my love
But I don't have any love
Well give me an atomic bomb then to scrub in my bathtub
like a dirty and lovable child
I've got a bathtub
Just a litle bomb general
With pugnose
Pink ears
Smelling like underclothes in July
Do you think I'm crazy?
I think your crazy too
So the way you think.
Send me one before somebody else does.


Poema de Charles Bukowski que integra 70 minutes in hell (1ª ed.1969), gravação caseira realizada pelo autor de alguns dos seus poemas.
A curta-metragem tem realização e animação de Adam Long a partir de ilustrações de Tom Keating e da gravação do poema por Charles Bukowski.
Sobre a curta-metragem Adam Long diz o seguinte:
"I wanted to make a motion piece based on the poem 'Little Atomic Bomb' by Charles Bukowski... I wanted it to be a letter written to a general by a madman, and we are flying through this insanity represented by frantic but beautiful looking drawings like Ralph Steadman's. My friend and Portland artist Tom Keating created the bomb girl, pig bomb, and inked the initial plane. The horse and women dancing are both Muybridge photos inked over, the flower pot is ink spots, and the initial bomb is an old photo of 'Fat Man' covered in ink, the final mushroom cloud is ink in a tub of milk."

Uma curta metragem de animação que tive o prazer de descobrir no youtube após sugestão da minha irmã de um outro video que ilustra o mesmo poema de Bukowski. A curta metragem incorpora, na minha opnião muito bem, a dimensão negra e sarcástica do poema. Bukowski realizou várias gravações dos seus poemas, elas encontram-se com alguma facilidade na internet onde podem ser ouvidas ou adquiridas.
Robert Crumb ilustrou uma das curtas histórias deste escritor que viveu a maior parte da sua vida à margem da sociedade e do mundo literário e que diz ter sido o medo que o tornou escritor:


17.7.09

SEGURANÇA SOCIAL ou a nobre condição de PRECÁRIO POR CONTA PRÓPRIA

"...a segurança social não é um custo, mas um recurso", advertia esta noite Bagão Felix,
sendo, por direito, todos os cidadãos iguais perante o estado, porque será, questionei-me eu ao ouvir tão sábias palavras, que aqueles, ditos, trabalhadores por conta própria, sem que na realidade o sejam (uma entre as demais situações surreais que animam a nossa sociedade), descontando por si próprios o devido à dita segurança social, a ela não podem recorrer quando são despedidos? ou será dispensados? ou será? hum... faltam-me as palavras... esses que de um momento para o outro se viram sem o seu, tão por conta própria, trabalho.

já sei! desempregados (tb) por conta própria!
ainda não há uma estatistica oficial, mas consta que são já muitos os que aderiram a tão nobre condição.

um BRAVO para os corajosos! que voluntariamente abdicam de um recurso, que socialmente, é para todos, pagando, todos os meses, aquilo que é para eles , na realidade, um custo.
valiosa demonstração de altruismo. fenómeno exemplar!
estou certa que outros nobres cidadãos abdicarão das suas pensões vitalícias, que tão meritóriamente lhes foram atribuidas, e outros nobres, ainda impensáveis, gestos se seguirão.

E, agora, EXAGEROS, poema de Mário Henrique Leiria, de CONTOS DO GIN TONIC, em "palavras ditas", programa de televisão dedicado à poesia criado por Mário Viegas em 1984.

parece-me apropriado!

16.5.09

STORY OF AN ARTIST

(...)

Listen up and I'll tell a story
About an artist growing old
Some would try for fame and glory
Others aren't so bold

The artist walks alone
Someone says behind his back,
"He's got his gall to call himself that!
He doesn't even know where he's at!"
The artist walks among the flowers
Appreciating the sun
He does this all his waking hours
But is it really so wrong?

They sit in front of their TV
Saying, "Hey! This is fun!"
And they laugh at the artist
Saying, "He doesn't know how to have fun."
The best things in life are truly free
Singing birds and laughing bees
"You've got me wrong", says he.
"The sun don't shine in your TV"

Listen up and I'll tell a story

(...)

tocante e (ou porque?)"realista" música de DANIEL JOHNSTON, artista que conheci através do documentário THE DEVIL AND DANIEL JOHNSTON, realizado por Jeff Feuerzeig.

um artista prolífero com uma vasta e interessante obra:

de desenho e banda desenhada, cujos trabalhos recentes podem ser vistos e comprados no sítio WORRIED SHOES.

na música, como escritor, compositor e cantor.

"Do yourself a favor: Become your own savior

And don't let the sun go down on your grievances."

3.5.09

SOBRE O INDIVIDUO E A SOCIEDADE II

"Sou em geral conhecido como pessimista. Ao contrário do que alguma vez possa ter parecido, dada a insistência com que afirmo o meu radical cepticismo sobre a possibilidade de qualquer melhoria efectiva e substancial da espécie dentro do que em tempos não muito distantes se chamou progresso moral, preferiria ser optimista, mesmo que fosse apenas por ainda conservar a esperança de que o sol, por ter nascido todos os dias até hoje, nasça também amanhã. Nascerá, mas lá chegará também o dia em que ele se acabe."
excerto introdutório de maus tratos, texto de josé saramago, em o caderno de saramago, sobre a histórica subjugação da mulher pelo homem.
nos últimos anos estudos realizados em portugal indicam que:
em média, seis mulheres por semana são vitimas de crimes contra a vida e que a violência doméstica é apontada como principal causa de morte entre as mulheres, tendo-se em 2006 registado 39 assassinatos de mulheres pelos maridos ou companheiros. números que dão que pensar.


desenho de oskar kokoschka, para a sua peça assassino, salvação das mulheres, apresentada ao público no ano de 1909

Tal como dá que pensar as condições actuais de trabalho em portugal, eficaz estratégia de condenar o futuro? força cega ou de vistas curtas e bolsos cheios? querem convencer-se e convencer que é esse o único caminho?


"tudo está hoje em saber-se(...) se o capitalismo dos cartéis e "corporations" à escala mundial, por um lado, e os socialismos de estado, por outro (com a mesma preocupação aquisitiva e produtiva do capitalismo, que exigirá também a criação de sociedades de consumo), não vão a caminho de um encontro em que se ganhará em prosperidade o que totalmente se perderá em liberdade, , ou se, pelo o contrário, o gigantismo entrará dualmente em crise, ganhando-se em liberdade o que, em prosperidade de escravos com os ócios pagos, se perderá. O caso é que milénios de cultura já deviam ter ensinado que a IDADE DE OURO não chega nunca(...) o que sempre chega é a possibilidade de ver-se, para além disso tudo, a exigência de felicidade e de liberdade, sem que a vida não é possível naqueles termos de dignidade humana(...) o saber-se que é disso que se trata, independentemente da fidelidade a deuses ou a humanos(...) a dialéctica entre estar-se no mundo, ou só ou mal acompanhado, mas de, no fim de contas, não termos outro mundo senão este, e o que desejamos que ele seja."
o hoje, foi em janeiro de 1974, a actualidade é, na minha opinião, incontestável, as palavras são de JORGE DE SENA


26.4.09

ACORDAI!

música de fernando lopes graça apartir de poema de josé gomes ferreira.
ler o poema aqui.

19.4.09

SOBRE O INDIVIDUO E A SOCIEDADE I


o tema deste post é motivado pelos comentários que fiz no passado post, REMEMBER HOW IT ALL BEGAN, e por alguns pensamentos que têm-me ocorrido, entre conflitos internos e externos.
perante a questão: o que é o ESTADO?, ou também, o que pode ele ser, ou o que deveria ele ser, três questões distintas, e não tendo eu ideias assim tão claras sobre o assunto, pesquisei e recolhi alguma informação...
durante essas pesquisas deparei-me, no sítio citador, com um texto de AGOSTINHO DA SILVA, sobre o hábito de ter chefes.
pareceu-me que esse pensamento de AGOSTINHO sintetizava alguns pensamentos que emergiam e se acotovelavam dentro de mim.
há uma ideia que me surge, a de que O ESTADO SOMOS TODOS NÓS, bem sei que as coisas não são assim, que é uma ideia irreal, mas, apesar disso, em mim desejada, penso que o estado não deve ser uma entidade autómata, penso que o ESTADO poderia ser outra coisa e penso que para isso acontecer também o indivíduo e a sociedade, enquanto conjunto indivíduos, teriam de ser também eles diferentes.
ou, para haver uma mudança naquilo que o ESTADO e a SOCIEDADE são, terá de haver, primeiro, uma mudança no indivíduo... e essa mudança só pode vir de dentro, embora haja talvez circunstâncias exteriores que potenciem essa mudança.


não quero, por agora, desenvolver estas ideias ainda um pouco imberbes e certamente nada novas, gostaria apenas de deixar-vos com o pensamento de AGOSTINHO DA SILVA, sobre a necessidade de ter chefes, e a imagem deste homem que é para mim uma referência em muitos campos da vida.

"De todos os hábitos a que nos entregamos, um reina sobre todos os outros no que se refere a malefícios quanto ao mundo futuro. É o hábito de ter chefes. O medo das responsabilidades, o gosto de se encostar aos outros, o jeito mais fácil de não ter que decidir os caminhos fizeram que a cada instante lancemos os olhos à nossa volta em busca do sinal que nos sirva de guia. Quando surge uma dificuldade de carácter colectivo, a primeira ideia é a de que devia surgir um homem que tomasse sobre os seus ombros o áspero martírio de ser chefe. Pois bem: pode ser que isto tenha trazido grandes benefícios em outras crises da História; nem vale por outro lado a pena saber o que teria sido a dita História se outras se tivessem apresentado as circunstâncias. Mas, na presente, a verdadeira salvação só virá no dia em que cada homem se convencer de que tem que ser ele o seu chefe. Ou, dentro dele, Deus."

Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
recomendo um filme alemão de 2008, com argumento e realização de Dennis Gansel, que vi à pouco em dvd, e que me fora recomendado por um amigo, um filme que levanta muitas questões que se relacionam com estes assuntos: com a necessidade de ter chefes, de ser conduzido por algo que se imagina superior, e também com a vontade de ter poder sobre outros, com a necessidade de pertencer a algo, entre muitas outras coisas. a qualidade do filme reside aí, na complexidade de questões que levanta, a nível individual e colectivo: DIE WELLE (a onda).

15.4.09

IT'S ALLRIGHT...


...
You lose yourself, you reappear
You suddenly find you got nothing to fear
Alone you stand with nobody near
When a trembling distant voice, unclear
Startles your sleeping ears to hear
That somebody thinks
They really found you.
A question in your nerves is lit
Yet you know there is no answer fit to satisfy
Insure you not to quit
To keep it in your mind and not fergit
That it is not he or she or them or it
That you belong to.
Although the masters make the rules
For the wise men and the fools
I got nothing, Ma, to live up to.
...
 a letra toda aqui
por enquanto é só..."But it's allright, Ma, it's life, and life only"!

16.3.09

MASTERS OF WAR

e seguindo o mesmo registo do post anterior, deixo-vos esta brilhante música de bob dylan que dedico à minha irmã catarina: WE CAN SEE THROUGH YOUR MASKS!

Come you masters of war
You that build all the guns
You that build the death planes
You that build the big bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
...
para lerem a continuação da letra clicar aqui

1.3.09

DON'T YOU EVER FORGET HOW IT ALL BEGAN!

Como estamos em tempos de crise "humana e financeira" é bom lembrarmo-nos de alguns exemplos próximos, aqui fica um deles...


"Stills of the German revolution of 1919 and the counterrevolution of Gustav Noske, the SPD and the proto-nazi Freikorps.Music is english translation of Hans Eisler song "You have to pay" by Dagmar Krause."


27.2.09

ATÓMICOS: nº1/nº7

para que os atómicos, realizados até à data, sejam melhor visualizados!

21.2.09

ATÓMICO Nº 6

para ver todos desenhos basta clicar sobre a imagen
click to see all drawings

o nº 6 do ATÓMICO saiu em setembro de 2008, dois anos separam-no do número anterior, o que leva-me a considerá-lo quase como um renascimento ou um despertar.

é o primeiro atómico a cores, o que se deve, para além de questões estéticas, à forma como foi realizado com o recurso ao computador, com a utilização de progamas de edição de imagem, e á internet como fonte de muitas das imagens que compõem as colagens.

o magrite surge novamente, desta vez através de uma intervenção sobre uma reprodução de uma pintura sua que apresento aqui. na minha versão o espaço recortado no vidro foi pintado de preto com um marcador conferindo uma dimensão obscura e misteriosa à imagem, que espelha aquela que penso ser a relação do homem com o real...

é perante o mistério, ou os mistérios, que questionamos e nos questionamos, que estilhaçamos realidades estáticas, é nessa dimensão que o atómico se manifesta e em mais nenhuma outra... o atómico não pretende... bombardear literalmente alguém...

o desenho que ocupa as duas páginas centrais é uma reflexão sobre aquela que me parece ser uma das formas pela qual o desespero humano se manifesta, a toxicodepência, realidade com a qual me tenho deparado profissionalmente nos últimos dois anos, mas que tocou-me desde a adolescência e fez-me pensar...

e desespero humano é o título do desenho como do livro de kierkegaard que lia por essa altura e deixei por concluir, pois exigia de mim uma concentração que ainda não disponho. todavia essa leitura, fragmentada, está bastante presente neste atómico.

aquilo que tento fazer quando escrevo aqui sobre os atómicos é enquadrá-los em relação às referências que foram e são, de certa forma, o adubo dos desenhos que compõe os atómicos, e que podem ajudar a apreende-lo mais plenamente, ou não, pois entendo que as imagens valem por si e não por aquilo que possamos dizer delas. espero contudo que elas (as palavras) sejam úteis de alguma forma. muitas outras coisas ficam naturalmente por dizer...

com este nº 6 concluo a mostra dos atómicos que antecedem o nascimento deste blogue.

8.2.09

ATÓMICO, nº 5



o atómico nº 5 saiu em setembro de 2006.
o mostrar/ ocultar presente na capa prossegue nas páginas seguintes com o nevoeiro que envolve o solitário personagem que profere uma declaração obscura... palavras ditas por Slavoj Zizek lidas num jornal...*
depois, um retrato de Albert Camus realizado após a leitura da sua obra "A Peste"(pub. 1947).**
e por fim, uma reflexão sobre os "outros", tema de um concurso de ilustração ao qual não cheguei a concorrer mas que me interessou na altura, composta por duas páginas, que embora distintas completam-se:
a primeira página é também um auto-retrato, onde apareço com uma máscara de rato ***numa directa alusão ao MAUS de Art Spiegelman, na minha opinião, um dos melhores autores de banda desenhada, como fundo temos uma reprodução da pintura de Delacroix "A Liberdade Guiando o Povo".****
na segunda uma personagem feminina (eu) lê o Maus na praia e reflete sobre a(s) Humanidade(s).*****






            *


                                            **


OS OUTROS PISAMOS COMO RATOS QUE NÃO SOMOS





                                                                   ***



desenho de Art Spiegelman.



                                                    ****


                                              *****


                                           "A Liberdade Guiando o Povo" (1830) 
                                           Delacroix, Eugene
                                           óleo sobre tela
                                           260 cm × 325 cm
                                           Louvre, Paris

7.2.09

ATÓMICO, nº 4

para ver todos os desenhos, clicar sobre a imagem
o atómico nº 4 saiu em dezembro de 2005.
neste nº estão presentes: allen ginsberg, salman rushdie e thomas mann, escritores que lia por aquela altura,
temos uma IRÓNICA dedicatória ao sexagésimo aniversário da 1ª vez em que a bomba atómica foi utilizada como arma de guerra, com o bombardeamento pelos estados unidos da cidade japonesa de HIROSHIMA, matando, estima-se, cerca de 130 mil pessoas.
uma celebração sob a forma de tríptico, intitulado:

how did I learned to love the bomb

uma directa referência ao filme DR. STRANGE LOVE de stanley kubrick,


não posso deixar de recomendar vivamente BAREFOOT GEN, uma narrativa gráfica autobiográfica de keiji nakazawa que conta as peripécias de um rapaz sobrevivente à explosão de little boy sobre hiroshima, uma das maiores atrocidades alguma vez cometida pelos homens...
na montagem em cima apresentada podemos ver a capa dessa envolvente banda desenhada; imagens da devastação causada pela bomba atómica em hiroshima; uma imagem sinistra com um militar e sua espousa a cortar um bolo com a forma da nuvem causada pela explosação da bomba; uma imagem do filme de stanley kudbrick e o triptico "how did I learned to love the bomb" que desenhei para este atómico.


6.2.09

MULHER DE BIGODE

um desenho da Catarina,  que aprecio muito, foi ele (desenho) e ela (Cat) as fontes para a caracterização da quadrilha atómica em atómico na sala!


a Quadrilha Atómica, mulheres de barba rija! Aqui de bigodes bem desenhados! (da esquerda para a direita, Eu, Diana, Cat e Ana Luísa.

26.1.09

ATÓMICO, nº 3

para ver todos os desenhos basta clicar sobre a imagem







o ATÓMICO nº3 saiu em outubro de 2005.
há no atómico elementos que unem os desenhos uns aos outros conferindo-lhes um universo ou uma atmosfera comum, esses elementos, (e referindo-me agora a este atómico) a maçã a ser descascada, a cabeça de pedra e uma certa (surr)irrealidade das situações possuem um valor simbólico de sentidos múltiplos que se relacionam e se complementam.
no retrato de walter benjamin, ele aparece a descascar uma maçã, por essa altura estava a ler um texto seu sobre linguagem e comunicação a propósito de um trabalho sobre poesia, a maçã aparece como maçã e como símbolo do pecado original, que segundo as fontes hebraicas do Génesis em que se baseou w. benjamin fez cair a comunicação possível entre todas as coisas, dispersando a reciprocidade comunicativa entre todos os seres e o homem e dos homens entre si.

seguindo o pensamento de w. benjamin o acto poético teria como destino restituir a reciprocidade comunicativa entre as coisas, reacender a linguagem muda das coisas...

outra referência muito presente neste atómico é a do pintor belga rené magritte , ele aparece no retrato com três chapéus e há uma versão da pintura os amantes que reproduzo aqui:




ATÓMICO, nº 2

o ATÓMICO nº2 is on fire! ATENÇÃO: para verem os desenhos que compõe o presente atómico basta clicarem sobre a imagem!

3.1.09

ATÓMICO Nº7 - o desdobrável


o ATÓMICO Nº7 foi impresso numa folha com formato A3, depois de dobrado fica num portátil formato A5. como todos os outros ATÓMICOS, é dado e pode ser reproduzido por quem quer que queira partilhá-lo, contribuindo dessa forma para a sua distribuição. 

2.1.09

ATÓMICO Nº7


...AND I'M NOT AFRAID TO LOVE...




















se quiseres receber um atómico nº7? envia o teu pedido para: o.atomico@gmail.com.