o tema deste post é motivado pelos comentários que fiz no passado post, REMEMBER HOW IT ALL BEGAN, e por alguns pensamentos que têm-me ocorrido, entre conflitos internos e externos.
perante a questão: o que é o ESTADO?, ou também, o que pode ele ser, ou o que deveria ele ser, três questões distintas, e não tendo eu ideias assim tão claras sobre o assunto, pesquisei e recolhi alguma informação...
durante essas pesquisas deparei-me, no sítio citador, com um texto de AGOSTINHO DA SILVA, sobre o hábito de ter chefes.
pareceu-me que esse pensamento de AGOSTINHO sintetizava alguns pensamentos que emergiam e se acotovelavam dentro de mim.
há uma ideia que me surge, a de que O ESTADO SOMOS TODOS NÓS, bem sei que as coisas não são assim, que é uma ideia irreal, mas, apesar disso, em mim desejada, penso que o estado não deve ser uma entidade autómata, penso que o ESTADO poderia ser outra coisa e penso que para isso acontecer também o indivíduo e a sociedade, enquanto conjunto indivíduos, teriam de ser também eles diferentes.
ou, para haver uma mudança naquilo que o ESTADO e a SOCIEDADE são, terá de haver, primeiro, uma mudança no indivíduo... e essa mudança só pode vir de dentro, embora haja talvez circunstâncias exteriores que potenciem essa mudança.
não quero, por agora, desenvolver estas ideias ainda um pouco imberbes e certamente nada novas, gostaria apenas de deixar-vos com o pensamento de AGOSTINHO DA SILVA, sobre a necessidade de ter chefes, e a imagem deste homem que é para mim uma referência em muitos campos da vida.
"De todos os hábitos a que nos entregamos, um reina sobre todos os outros no que se refere a malefícios quanto ao mundo futuro. É o hábito de ter chefes. O medo das responsabilidades, o gosto de se encostar aos outros, o jeito mais fácil de não ter que decidir os caminhos fizeram que a cada instante lancemos os olhos à nossa volta em busca do sinal que nos sirva de guia. Quando surge uma dificuldade de carácter colectivo, a primeira ideia é a de que devia surgir um homem que tomasse sobre os seus ombros o áspero martírio de ser chefe. Pois bem: pode ser que isto tenha trazido grandes benefícios em outras crises da História; nem vale por outro lado a pena saber o que teria sido a dita História se outras se tivessem apresentado as circunstâncias. Mas, na presente, a verdadeira salvação só virá no dia em que cada homem se convencer de que tem que ser ele o seu chefe. Ou, dentro dele, Deus."
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
recomendo um filme alemão de 2008, com argumento e realização de Dennis Gansel, que vi à pouco em dvd, e que me fora recomendado por um amigo, um filme que levanta muitas questões que se relacionam com estes assuntos: com a necessidade de ter chefes, de ser conduzido por algo que se imagina superior, e também com a vontade de ter poder sobre outros, com a necessidade de pertencer a algo, entre muitas outras coisas. a qualidade do filme reside aí, na complexidade de questões que levanta, a nível individual e colectivo: DIE WELLE (a onda).
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